PIRATA BR IV

É com grande satisfação que o NOc ANTARES apresenta o resultado do seu trabalho nos meses de abril e maio de 2001.

Nesse período, o navio realizou o recolhimento de cinco e o lançamento de seis bóias ATLAS, que visam coletar dados oceanográficos e meteorológicos do Atlântico Tropical, num projeto internacional entre Brasil, Estados Unidos e França.

Além do cumprimento integral dessa missão de primeiro plano, o ANTARES  ainda coletou dados oceanográficos na área de operação, tais como: perfilagens CTD, lançamento sistemático de XBT  a cada 60 milhas e perfilagem com ADCP.

Esse último equipamento merece consideração especial.  Há alguns anos o navio, juntamente com o pessoal do CHM, vem tentando operacionalizar o ADCP, equipamento de última geração na área da Instrumentação Oceanográfica e de difícil implementação, envolvendo o ajuste de diversos parâmetros, o conhecimento de um sistema de aquisição ainda em desenvolvimento e constantemente substituído por novas versões e uma experiência ainda sem precedentes no Brasil, corroborando a tradição de vanguarda desfrutada pela DHN na oceanografia brasileira.  Pois bem, a comissão PIRATA IV reservou para nós um novo horizonte na coleta de dados oceanográficos.  As correntes oceânicas coletadas pelo ADCP, que ainda carecem de uma confiabilidade a ser ratificada pelo tempo apresentou, entretanto, uma coerência significativa que descortina uma nova época na coleta de dados de corrente para a DHN.  Na oportunidade de realizar transects na região equatorial, no sentido zonal e meridional, o ADCP registrou as feições das principais correntes de larga escala descritas na bibliografia existente registrando, ao final, algo instigante e surpreendente: uma corrente oceânica de direção leste na cota aproximada de 200 metros e na latitude 3º S, nas proximidades do Arquipélago de Fernando de Noronha.

Em sua obra "E La Nave Va", Frederico Fellini chama o oceano de " O Insondável".  Será mesmo?